Numa tarde fria de agosto, olho pela janela e vejo solitário, sob a chuva fraca, um Colibri que voa de galho em galho numa árvore cinzenta e quase sem folhas, com sua visão apurada vê cores muito além do que possamos imaginar, ainda mais num dia de inverno aparentemente sem vida, com a veloz batida de suas asas, voa ansioso a procura de um doce nectar, no intento de consolar o seu amargo pesar.
O pesar que ronda o coração de quase todas as espécies da terra, o desgosto que está além da compreensão dos sábios, a máxima dos solitários, a questão sem resposta, a falta daquilo que nunca lhe pertenceu.
Música para festejar o que foi conquistado; Música para lamentar pelo que poderia ter sido mais, ter sido menos; Música para dançar, rodopiar, pular, não se envergonhar; Música para ler histórias, de um livro antigo se embebedar, fantasiar; Música para alimentar desejos enraizados no coração; Música para fechar os olhos, devanear; Música para se entregar, amar.. talvez ser amado; Música para se irar, guerrear, esbravejar; Música para se mostrar, ostentar, pros outros ver; Música para pedalar, saltar, adrenalina experimentar; Música para disfarçar, evitar, deixar de ser; Música para declarar, se arriscar, enlouquecer; Música para namorar, abraçar, beijar; Música para caminhar, se cansar, reconhecer; Música para interpretar, se deixar envolver.
Hoje ando escutando mais do que gostaria, roncos de motor, apitos de sinais, risos, gritaria, Sem meu In-Ear Headphone a vida perde a "trilha sonora", à não ser nos 30 segundos do bosque do Millenium, por onde se arrisca o vento farfalhando, e o canto de duas ou três aves que mais parece que choram pela falta da natureza, do que sorriem pelo pouco dela.
Mas nesses dias de correria, stress e esquecimentos Me surge esse canto como um encanto hipnotizante, que me fez dançar, rodopiar e que ainda me faz assoviar a qualquer hora.
Sinta um pouco das "Música para" acima na música abaixo:
E o jogo começou, Ele aposta todas suas fichas e entrega tudo que tem, é extremamente otimista e acredita que tudo vai dar certo.
Ao mesmo tempo não tem nada a perder, porque se o "não é certo", a probabilidade do sim é lucro.
Mas como pode ser assim sendo que o otimismo anula a teoria do "não certo" mudando tudo de 0 para 1?
Ao apostar nesse jogo de alto risco, ele inicia ganhando e com isso começa planejar apostas mais altas, prospectando um ganho para se "aposentar" e coloca seu coração mais ainda nisso.
Mas quando o jogo toma rumos diferentes ele não se dá conta, (ou não quer se dar conta) porque o otimismo o mantem acreditando que dará certo, mesmo que em todas as rodadas ele saía com perdas significantes. Mas de repente a claridade do sol bate em seu rosto, e ele sente o calor de uma nova manhã ao meio de um outono frio, seus olhos que já lacrimejavam se abrem e ele ainda os limpando, percebe que foi tudo um sonho onde o que ainda não existia, terminou.
Numa tarde fria de agosto, olho pela janela e vejo solitário, sob a chuva fraca, um Colibri que voa de galho em galho numa árvore cinzenta e quase sem folhas, com sua visão apurada vê cores muito além do que possamos imaginar, ainda mais num dia de inverno aparentemente sem vida, com a veloz batida de suas asas, voa ansioso a procura de um doce nectar, no intento de consolar o seu amargo pesar.